quarta-feira, 8 de março de 2017

MILITÂNCIA HISTÓRICA DO PT ESTÁ INQUIETA

Por natureza histórica, a militância do PT assim como toda a esquerda se mostra inquieta diante da falta de combate mais ostensivo contra o Golpe de Estado por parte das lideranças. Com raras exceções o partido não está atuando como sempre fez nas épocas mais difíceis que enfrentamos desde a sua fundação.

O combate sistemático praticamente ficou restrito aos militantes que entraram no jogo da guerra de informações por via de artigos e publicações no facebook, absorvidas da imprensa internacional ou da luta intensa e diária contida nas reportagens de jornalistas da chamada imprensa livre. Por alguns momentos, ficamos sem reconhecer as trilhas ou até novos caminhos diante do silêncio inquietante das lideranças.
Atualmente ficamos isolados a mercê dos nossos esforços, sem uma central de notícias dos partidos de esquerda agindo conjuntamente ou de um grupo especifico no facebook onde poderemos convergir para encontrar informações e postar os nossos artigos opinativos e comentários. Ficamos obrigados a postar nossas armas de luta semântica e ideológica em grupos variados para divulgar ideias. Muitas vezes somos bloqueados pelo excesso de postagens ou por uma censura difícil de comprovar.
Seria covardia de nossa parte deixar o companheiro Lula e os parlamentares sozinhos, no entanto estamos carecendo de informações e de estimulo. Sabemos que é nossa obrigação como socialistas, comunistas e defensores da democracia, opinar, escrever, compartilhar as decisões do partido. As bases precisam ser alimentadas ou morrem lentamente por falta de argumentação.

RETOMADA DA ORGANIZAÇÃO

Na carta de José Dirceu em resposta a que foi enviada para ele na prisão pelo Grupo de militantes Unidos Contra o Golpe (UCG), reconheceu que é a militância que faz o que o PT deveria está fazendo. Essa carta coaduna exatamente com o pensamento da militância de esquerda que ainda não entendeu a estratégia dos partidos.
Em outros tempos, a base do partido não era parlamentar, sua voz estava refletida nos núcleos e nos diretórios, éramos um pensamento coletivo que se expandia, agora não sabemos qual será o fórum disponível para debatermos estratégias de embate. Essa cobrança companheira de metodologia deve ser feita publicamente e não apenas entre os mesmos.
Por mais que a militância histórica procure, não consegue encontrar o Partido que afrontou a direita e se organizou completamente diferente dos partidos tradicionais da elite. Militantes se reuniram na clandestinidade e fizeram com que o respeito ao PT fosse inquestionável no seio operário, estudantil e entre os mais pobres, até mesmo entre alguns surpreendentes esquerdistas oriundos da elite. Financiamos tudo com o pouco que retirávamos dos nossos salários, enfrentamos todos os preconceitos reafirmando um projeto.
Estamos enfrentando depois do golpe de 2016 uma ditadura que tenta se disfarçar vestindo uma toga de justiça e o terno da democracia, mas ela é tão nefasta quanto foi a ultima Ditadura Militar. A diferença está apenas em alguns detalhes, a tortura é feita de maneira muito mascarada e ainda podemos dar voz pública ao nosso protesto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário