Por natureza histórica, a militância do PT assim como toda a
esquerda se mostra inquieta diante da falta de combate mais ostensivo contra
o Golpe de Estado por parte das lideranças. Com raras exceções o partido não
está atuando como sempre fez nas épocas mais difíceis que enfrentamos desde a
sua fundação.
O combate sistemático praticamente ficou restrito aos
militantes que entraram no jogo da guerra de informações por via de artigos e
publicações no facebook, absorvidas da imprensa internacional ou da luta
intensa e diária contida nas reportagens de jornalistas da chamada imprensa
livre. Por alguns momentos, ficamos sem reconhecer as trilhas ou até novos
caminhos diante do silêncio inquietante das lideranças.
Atualmente ficamos isolados a mercê dos nossos esforços, sem
uma central de notícias dos partidos de esquerda agindo conjuntamente ou de um
grupo especifico no facebook onde poderemos convergir para encontrar
informações e postar os nossos artigos opinativos e comentários. Ficamos
obrigados a postar nossas armas de luta semântica e ideológica em grupos
variados para divulgar ideias. Muitas vezes somos bloqueados pelo excesso de
postagens ou por uma censura difícil de comprovar.
Seria covardia de nossa parte deixar o companheiro Lula e os
parlamentares sozinhos, no entanto estamos carecendo de informações e de
estimulo. Sabemos que é nossa obrigação como socialistas, comunistas e
defensores da democracia, opinar, escrever, compartilhar as decisões do
partido. As bases precisam ser alimentadas ou morrem lentamente por falta de
argumentação.
RETOMADA DA ORGANIZAÇÃO
Na carta de José Dirceu em resposta a que foi enviada para
ele na prisão pelo Grupo de militantes Unidos Contra o Golpe (UCG), reconheceu
que é a militância que faz o que o PT deveria está fazendo. Essa carta coaduna
exatamente com o pensamento da militância de esquerda que ainda não entendeu a
estratégia dos partidos.
Em outros tempos, a base do partido não era parlamentar, sua
voz estava refletida nos núcleos e nos diretórios, éramos um pensamento
coletivo que se expandia, agora não sabemos qual será o fórum disponível para
debatermos estratégias de embate. Essa cobrança companheira de metodologia deve
ser feita publicamente e não apenas entre os mesmos.
Por mais que a militância histórica procure, não consegue
encontrar o Partido que afrontou a direita e se organizou completamente
diferente dos partidos tradicionais da elite. Militantes se reuniram na
clandestinidade e fizeram com que o respeito ao PT fosse inquestionável no seio
operário, estudantil e entre os mais pobres, até mesmo entre alguns
surpreendentes esquerdistas oriundos da elite. Financiamos tudo com o pouco que retirávamos dos nossos salários, enfrentamos todos os preconceitos reafirmando um projeto.
Estamos enfrentando depois do golpe de 2016 uma ditadura que
tenta se disfarçar vestindo uma toga de justiça e o terno da democracia, mas
ela é tão nefasta quanto foi a ultima Ditadura Militar. A diferença está apenas
em alguns detalhes, a tortura é feita de maneira muito mascarada e ainda
podemos dar voz pública ao nosso protesto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário