sábado, 25 de março de 2017

A ESQUERDA, MOSTRA SUAS BANDEIRAS. DIREITA TEM MILITANTES ANÔNIMOS?

Durante toda a minha vida fui militante político de esquerda e sempre ostentei abertamente a minha escolha e soube fundamentar ideologicamente os princípios filosóficos e práticos. O que sempre me impressionou é que a direita não possui qualquer militância, só aqueles devidamente pagos, ou melhor dizendo, os seus assessores parlamentares e quem finge ser partidário apenas para obter lucros pessoais.
Existe uma semelhança entre o futebol e a militância política. No Brasil esta comparação se encaixa de maneira perfeita. Imagine um torcedor de um determinado time que troca de torcida por causa de um dos jogadores vai para outro por motivo de um contrato mais lucrativo. Na política de direita ocorre a mesma coisa, ninguém joga por amor ao time. O torcedor também troca de time?
Por falar nisso, alguém conhece um militante do PSDB, do PMDB, do DEM ou de qualquer outro partido golpista? É muito fácil se esconder no anonimato sem responsabilidade para depois criticar.
O que define os militantes de esquerda dos ditos da direita está exatamente na questão ideológica. Como um torcedor de futebol as bandeiras dos partidos políticos de esquerda são desfraldadas com orgulho enquanto na direita, os militantes são empregados contratados sem qualquer vinculo político. Durante o golpe de estado muitos dos supostos militantes de direita apareceram, mas nenhum se identificava de com esse ou aquele partido. Muitos ostentavam de maneira abstrata, sem orgulho, a sigla de qualquer partido que pagasse o pão com mortadela.
Nesse momento, fazendo uma reflexão sobre a situação decadente do Brasil depois do golpe de Estado, me surge algumas indagações que muitos nem pensam imediatamente se não forem ideologicamente comprometidos:
Qual é a ideia de uma pessoa que fica indignado quando seu time perde e não aplica pelo menos a mesma proporção de indignação quando seus direitos são roubados? Se ele não tem emprego, não tem salário, como poderá comprar o ingresso para ver seu time jogar? Será que não existe uma relação direta?
Um torcedor de futebol fica durante horas assistindo as resenhas esportivas que entrevistam jogadores que falam muito mal e sempre dizem a mesma coisa, “Importante será a vitória e os três pontos no próximo jogo...” ou então, “O professor quer mais empenho e não podemos abaixar a cabeça com essa derrota...”.
No entanto, esse mesmo torcedor é incapaz de permanecer por alguns minutos diante de uma TV e assistir a uma entrevista seria ou debate sobre a situação política do país. Ele acha tudo chato, mas será mesmo? O que é mais chato do que uma resenha esportiva que não acrescenta nada na vida de quem assiste? Pode até ser divertido, mas o conteúdo é inócuo.
Todos os brasileiros se acham conhecedores de futebol, no entanto, na hora de escalar a seleção que vai fazer o jogo de suas vidas, ele escolhe o que há de pior e esquece que a partida dura quatro anos. Quase todos os deputados deveriam ser os goleadores e fazer a alegria da sua torcida, mas na verdade chutam contra o próprio gol e o torcedor quase sempre vai para casa com a certeza de ser derrotado. Eles votam contra os interesses de quem os elegeu como estamos presenciando atualmente. Quem escalou o time nas urnas?
Lamentavelmente os jogos chamados de clássicos na política, principalmente nas eleições, só aprecem com bandeiras e camisas dos torcedores de um único time, o da esquerda. Os outros são torcedores de ultima hora, que recebem bandeiras e camisas e nem sabem o nem o nome do time que naquele instante representarão. Apenas sabem que estão contra e não escondem que ignoram o motivo.
Seria emocionante que o eleitor fosse politicamente conduzido nas questões ideológicas escolhendo o time e seus jogadores para manter a dignidade da vitória. Agitassem suas bandeiras partidárias com orgulho, vestissem a camisa com satisfação. Soubessem a estratégia de jogo e com isso, a sua vida e a de seus filhos fosse mais feliz garantindo a certeza de sucesso no campeonato.
Quem se define ideologicamente, aposta em um projeto para o país. Essa é a diferença de um militante de esquerda para quem nem sabe a origem do partido que votou ou segurou a bandeira nas ruas. Não existe projeto de direita a não ser, lucrar mantendo a miséria até daqueles pobres que os elegeram, enquanto, eles ricos, ficam mais ricos mesmo jogando muito mal.

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