Ficamos orgulhosos de participar das manifestações contra o
Governo Temer e suas reformas maldosas. Ver a reação dos que saíram de suas
casas para protestar com coragem e determinação, é um alivio diante da situação
grotesca que o Brasil está vivendo. Mesmo assim, muitos não se abalaram do
conforto da sua covardia e se esconderam em armários na casa que será
explodida.
O que está acontecendo com o povo brasileiro que finge não
ser com ele enquanto o ladrão está roubando a sua casa? Fica olhando apalermado
sem reagir tentando disfarçar como se morasse no outro lado da rua.
Existem momentos que acreditamos que nada podemos fazer, mas
enganar a si próprio é um assalto pior a própria dignidade. No Brasil se
alastra a sensação de que quem protesta se tornou um incômodo, um chato. Exigir
os seus direitos e brigar pelo país são ações semelhantes, e quase sempre quem
está ao lado faz ara feia como se pretendesse silenciar o brado do reclamante.
Por outro lado, estamos vendo a luta de classe se tornar
ainda mais cansativa e injusta sem que os maiores prejudicados peguem suas
armas.
Até agora o governo ilegítimo de Temer e seus asseclas golpistas
no congresso, só fazem propostas para cortar direitos massacrando o povo em
geral. Não se pode dizer que eles não estão distribuindo igualitariamente a
miséria, são mais do que abrangentes. Não podemos deixar de lembrar para os que
se escondem nos armários acreditando numa segurança infantil, que com as
privatizações, o Brasil inteiro está vendido, explodido.
Vai fingir que as desgraças só acontecem com os vizinhos?
O por é que todos estão enxergando, mas preferem manter os
olhos fechados achando que o desemprego não os ameaça assim como a falta de
assistência médica, a educação, os direitos trabalhistas e a aposentadoria, só
acabam para o outro. Reclamam mas não se envolvem. Isso sim é muito chato.
MILITÂNCIA IDEOLÓGICA NO PARTIDO E NO SINDICATO
Sem
qualquer sofrimento, apenas lamentando, agora admito que eu esteja com muita
saudade do tempo inocente do meu romantismo ideológico. Não me arrependo de ter
acreditado que poderíamos mudar a humanidade partindo de uma questão Social
Política. O Socialismo. Para isso, o sindicato é a porta principal para a tomada de consciência de força e de direitos.
O
mais importante, é que ainda consigo acreditar nessa possibilidade. Precisamos da ideologia para seguir o caminho que chegará a uma sociedade justa e igualitária. Onde os ricos não explorem os mais pobres.
Nossa
juventude, de quem militou durante a ditadura, foi de muita luta, agora somos bem mais velhos, não temos saudade da
famigerada “Ditadura Militar” instituída depois do golpe militar de 1964. Ela
foi um câncer, que parece ter renascido com roupagem nova em 2016.
No
entanto, nessa doença havia um ponto agregador. Queríamos mudar o que
acreditávamos funcionar de maneira injusta, retrograda e equivocada. Maldosa.
Éramos heróis de nós mesmos. Agora estamos diante de outro Golpe. Precisamos
reinventar a nossa luta esperando dos mais jovens a mesma combatividade.
A nossa maior expectativa agora, e saber como os
Partidos de Esquerda vão lidar com essa nova geração. Espero que a base volte a
ser o coletivo e pense junto, interfira, sejamos novamente escutados. De
qualquer maneira, nós, os velhos militantes, estaremos prontos para qualquer
tipo de embate. Somos IDEOLÓGICOS.