segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O ERRO DE LULA FOI SER UM ESTADISTA E NÃO FAZER AUDITORIA NO GOVERNO DE FHC

Quando Lula foi eleito presidente em 2002, imediatamente o PSDB, PMDB e o DEM começaram uma campanha por meio da Mídia para impedir o que denominavam de “revanchismo”, ou seja, uma auditoria ampla e independente no Governo de FHC. Todos sabiam que ao tocar no detonador das “PRIVATIZAÇÕES”, a explosão política no Brasil seria catastrófica.
Muito embora a auditoria fosse inquestionável para os militantes do Partido dos Trabalhadores, a resistência para seguir por essa estrada era defendida pelas lideranças. A governabilidade ainda era algo a ser construído e todos conheciam essas dificuldades. Um golpe político estava sendo montado com requintes bem mais sofisticados do que aquele ultimo de 1964.
A militância do PT aceitou a proposta, mas não ficou satisfeita. Era necessário montar o contra ataque, uma base política no congresso e para tal, não havia como prosseguir na ideia da auditória. A maioria dos envolvidos nas falcatruas da privatização de FHC havia conseguido se reeleger. Teríamos de manter a prudência e aceitar algumas concessões, não seria possível governar assustando os corruptos, a elite derrotada.
Carismático, mostrando-se um estadista de visão ampliada, Lula sabia que não chegaria ao fim do primeiro mandato nem daria um só passo na direção do desenvolvimento social sem a aprovação do congresso. Eles como sempre estavam disponíveis no balcão de negócios do Senado e da Câmara Federal. Sedentos por dinheiro para engordar suas contas bancarias no exterior.
Essa é a prática do congresso, da maioria dos congressistas eleitos pelo povo, uma massa inocente e desinformada.
A estrutura política da corrupção é mais antiga do que se pode imaginar, o Brasil começou com essa forma de atuação na corte portuguesa. Acabar com a doença instalada se torna muito difícil, é preciso de tempo, de educação preventiva. O golpe estava previsto para ocorrer nas eleições de 2006, mas Lula foi eleito com uma votação surpreendente e frustrou os planos da direita.
A estrutura governamental do Brasil nasceu doente. A elite domina os três poderes tradicionais e por consequência, o chamado quarto poder, a mídia, é também totalmente deles. Dessa maneira, outro golpe foi planejado quando da eleição de Dilma. Denunciaram por meio de Roberto Jeferson, um grande e conhecido corrupto no congresso. Mais uma vez foram vencidos por LULA. Ficaram os resíduos explosivos da tramoia.
A mídia fez um escândalo digno de uma imprensa sensacionalista, no entanto Dilma venceu as eleições com facilidade. O desenvolvimento social no Brasil era o maior cabo eleitoral do PT. Mas o congresso continuava nas mãos da direita, mesmo assim seria complicado, continuava sendo necessário governar.
Eles queriam encurralar o PT. Converter a popularidade do governo num ódio descabido e para isso, todas as mentiras teriam de se tornar verdade, expor as próprias entranhas. O judiciário garantiria a impunidade do PSDB, nessa altura dos acontecimentos devidamente manifestos e parceiros do golpe. Assim foi possível construir o Golpe de Estado em 2016 na base do “Toma lá dá cá”.

Será que a auditória no final do Governo de FHC seria mais prudente?

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