quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

ENTENDER, PARTICIPAR E TER POSIÇÃO POLÍTICA É FUNDAMENTAL NO SÉCULO XXI.

Até o último dia do século XX, o trabalhador mantinha-se na luta por seus direitos mínimos e para sobreviver decentemente em busca das conquistas permanentes, principalmente as de caráter economicista. O trabalhador se acostumou a ser imediatista, mesmo assim, despertou para a sua força política no fim dos anos 70.
A retomada dos sindicatos das mãos dos “PELEGOS” foi fundamental, a consciência política partidária prosperou na década de 80. Com muito trabalho e agregação dos novos sindicalista, foi possível estabelecer uma nova ordem social no seio das principais categorias. O trabalhador se posicionou partidariamente na esquerda, mesmo ainda vivendo sob o manto cruel da ditadura militar.
O embate político contra a direita, os donos do capital, se tornou uma necessidade. Estávamos cansados de eleger os patrões que continuavam afixados no poder desde os primeiros momentos do Brasil, montados na exploração fingindo nos discursos um apoio ao povo que nunca chegou.
Todos nós que participávamos da direção dos sindicados e de partidos de esquerda, sabíamos que o caminho era longo e muito complicado. A fundação da CUT deu a partida, foi assim que conseguimos chegar ao poder com a eleição de Lula. Um autêntico trabalhador brasileiro. O trabalhador enfim fazia parte da sociedade desbancando os senhores de engenho.
Era muito clara a posição da nossa elite de extrema direita que tentava desqualificar as lideranças políticas oriundas do sindicalismo. Eles não queriam perder seus privilégios, e para tanto questionavam a presença dos trabalhadores no Congresso e nos governos. Diziam provocando: “Eles querem roubar” e de maneira irônica afirmavam “Não são competentes”.
Essa conversa era repetida por pessoas ingênuas ou maldosas, invejosas. Os patrões, muitas vezes lançavam mão dos próprios trabalhadores, aqueles que transitam muito próximos do poder, da classe dominante. Eram os famosos subservientes, os que puxam o saco e acreditam que de alguma maneira fazem parte dessa elite, ou também, daqueles que apenas gostam de agradar a quem sustenta na mão uma chibata.

ECONOMICISMO E DIREITOS


O certo mesmo é que a disposição de luta do trabalhador se acomodou com os governos do PT, onde os direitos estavam garantidos e alguns novos chegando sem a necessidade de greves gerais ou combates ideológicos. No entanto, o Golpe de Estado em 2016, promoveu o retrocesso inadmissível, para a surpresa de todos.
Copiaram o modelo dos EUA onde não há contrato de trabalho, não existe férias remuneradas, nem atendimento publico de saúde entre outras aberrações. Dessa maneira todos se perguntam: “Para quê serve essa coisa chamado de Estado?”.
Claro que não é para o povo e sim para atender as necessidades dos ricos. Assim as conquistas dos últimos anos desapareceram da noite para o dia. Resta ao trabalhador brasileiro recomeçar a luta como se ainda vivêssemos nos anos 20. Para nossa sorte, ainda podemos contar com a organização construída pela CUT e pelo Partido dos Trabalhadores. Mas alertamos que todo cuidado é pouco, pois os patrões criaram também organizações semelhantes para iludir, a exemplo a Força Sindical, da CGT e outras bem menores.

Não existe alternativa, teremos de voltar para o interior dos sindicatos, retomar a militância partidária para recomeçar a luta por nossa dignidade que está sendo roubada sem qualquer constrangimento, noticiada pela mídia manipuladora e sensacionalista como um benefício. É inacreditável que este pesadelo seja real em pleno século XXI.

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