Até o último dia do século XX, o trabalhador mantinha-se na
luta por seus direitos mínimos e para sobreviver decentemente em busca das
conquistas permanentes, principalmente as de caráter economicista. O
trabalhador se acostumou a ser imediatista, mesmo assim, despertou para a sua
força política no fim dos anos 70.
A retomada dos sindicatos das mãos dos “PELEGOS” foi
fundamental, a consciência política partidária prosperou na década de 80. Com
muito trabalho e agregação dos novos sindicalista, foi possível estabelecer uma
nova ordem social no seio das principais categorias. O trabalhador se
posicionou partidariamente na esquerda, mesmo ainda vivendo sob o manto cruel
da ditadura militar.
O embate político contra a direita, os donos do capital, se
tornou uma necessidade. Estávamos cansados de eleger os patrões que continuavam
afixados no poder desde os primeiros momentos do Brasil, montados na exploração
fingindo nos discursos um apoio ao povo que nunca chegou.
Todos nós que participávamos da direção dos sindicados e de
partidos de esquerda, sabíamos que o caminho era longo e muito complicado. A
fundação da CUT deu a partida, foi assim que conseguimos chegar ao poder com a
eleição de Lula. Um autêntico trabalhador brasileiro. O trabalhador enfim fazia
parte da sociedade desbancando os senhores de engenho.
Era muito clara a posição da nossa elite de extrema direita que
tentava desqualificar as lideranças políticas oriundas do sindicalismo. Eles não
queriam perder seus privilégios, e para tanto questionavam a presença dos
trabalhadores no Congresso e nos governos. Diziam provocando: “Eles querem
roubar” e de maneira irônica afirmavam “Não são competentes”.
Essa conversa era repetida por pessoas ingênuas ou maldosas,
invejosas. Os patrões, muitas vezes lançavam mão dos próprios trabalhadores,
aqueles que transitam muito próximos do poder, da classe dominante. Eram os
famosos subservientes, os que puxam o saco e acreditam que de alguma maneira
fazem parte dessa elite, ou também, daqueles que apenas gostam de agradar a
quem sustenta na mão uma chibata.
ECONOMICISMO E DIREITOS
O certo mesmo é que a disposição de luta do trabalhador se
acomodou com os governos do PT, onde os direitos estavam garantidos e alguns
novos chegando sem a necessidade de greves gerais ou combates ideológicos. No
entanto, o Golpe de Estado em 2016, promoveu o retrocesso inadmissível, para a
surpresa de todos.
Copiaram o modelo dos EUA onde não há contrato de trabalho,
não existe férias remuneradas, nem atendimento publico de saúde entre outras
aberrações. Dessa maneira todos se perguntam: “Para quê serve essa coisa
chamado de Estado?”.
Claro que não é para o povo e sim para atender as
necessidades dos ricos. Assim as conquistas dos últimos anos desapareceram da noite
para o dia. Resta ao trabalhador brasileiro recomeçar a luta como se ainda vivêssemos
nos anos 20. Para nossa sorte, ainda podemos contar com a organização construída
pela CUT e pelo Partido dos Trabalhadores. Mas alertamos que todo cuidado é
pouco, pois os patrões criaram também organizações semelhantes para iludir, a
exemplo a Força Sindical, da CGT e outras bem menores.
Não existe alternativa, teremos de voltar para o interior
dos sindicatos, retomar a militância partidária para recomeçar a luta por nossa
dignidade que está sendo roubada sem qualquer constrangimento, noticiada pela
mídia manipuladora e sensacionalista como um benefício. É inacreditável que
este pesadelo seja real em pleno século XXI.
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