Ao longo da nossa história política, já estamos acostumados
aos acordos secretos sacramentados pela nossa elite de direita, com indústrias
estrangeiras em troca de ganhos escusos onde quem perde sempre é o povo e o país.
Foi necessário 13 anos de governo de PT para impedir o continuísmo dessa prática
política apontada para o subdesenvolvimento. Mesmo assim veio o retrocesso com
o Golpe de Estado.
No Brasil existem dois casos que servem muito bem de exemplo,
um deles é o que aconteceu com o petróleo na década de 30 e outro mais recente,
pouco mais de 20 anos depois, com a indústria automobilística que exigiu o fim das
ferrovias. Agora, mais uma vez o país está sendo alvo de mais uma dessas
falcatruas, se despedindo do seu parque industrial e de suas reservas econômicas.
DIREITA TACANHA E ENTREGUISTA
Seria impossível para qualquer cidadão no mundo, imaginar que
são pessoas que se dizem brasileiras quem está destruído a própria pátria, mas é
verdade. Assim tem sido a nossa tacanha direita de elite oligárquica por toda a
história do Brasil. Eles sonham com a volta da colonização, já desejaram pertencerem
a França, a Inglaterra e depois da 1ª Guerra Mundial chegou o momento os EUA.
Ficamos sem entender também a motivação suicida dos
poderosos em ascensão, dos pequenos e médios empresários nacionais. Se esses
empresários acreditaram um dia que eles seriam beneficiados com o desmonte do Brasil,
lamentamos tal pensamento, pois carece de inteligência total. Serão esmagados
como baratas ao sair do esgoto.
Ao que parece aos olhos dos analistas políticos internacionais,
é que o povo brasileiro se cala por temer ainda a chibata na mão do feitor, um
serviçal da casa grande que subjuga os seus iguais. Realmente teremos de
concordar com eles nessa metáfora simbólica. Por muitas vezes não conseguimos compreender o
comportamento de nossos queridos brasileiros sem aceitar a explicação de que a
escravidão provocou cicatrizes profundas que ainda são dolorosas e amedrontam.
Como sempre, a nossa mídia, antes chamada apenas de
imprensa, é o fiel da balança e pende para o lado do poder econômico que está nas
mãos da elite. Nossos jornalistas se tornaram medíocres serviçais com medo do
desemprego. Eles são na verdade, juntamente com a polícia, uma versão mais
moderna dos feitores. A chibata continua cruel e dissimulada, está no conteúdo
dos noticiários mentirosos, massacrantes e manipulados.
ACORDOS SECRETOS
No final dos anos 20, cedendo a pressão dos intelectuais
brasileiros, o Brasil contratou uma empresa americana de pesquisa petrolífera
para verificar a viabilidade de exploração do chamado “Ouro Negro” em nosso
território. Atendendo aos interesses dos EUA, foi feito um relatório minucioso
com detalhes técnicos afirmando que no Brasil não existia petróleo depois de um
acordo político com o governo do momento.
A mentira durou pouco, pois alguns anos depois, de maneira espontânea
o petróleo jorrou no campo de Lobato, na Bahia. No entanto, só em 1950, com o povo
nas ruas gritando “O PETROLEO É NOSSO”, guiados pelo clamor e liderança da esquerda,
Getulio Vargas ficou sem alternativa e fundou a nossa grandiosa PETROBRÁS,
atualmente alvo do desmonte por interesses estrangeiros.
No caso das ferrovias, trata-se de uma situação bem mais
delicada e grave, o acordo foi feito na base da chantagem para controlar os
protestos oriundos da esquerda ainda muito incipiente e fragilizada depois do
Golpe de Estado que levou Getulio ao poder em 1930. Os mais atuantes lideres
sindicais haviam sido mortos ou presos e os sindicatos tomados por pelegos
nomeados pelo governo.
A indústria automobilística dos EUA estava vivendo momentos difíceis
ainda sob o impacto da recessão vigorosa e recente do país. Eles precisavam
invadir outros mercados como o Brasil e vender muito. Para isso, prometeram ao
governo brasileiro instalar montadoras e abrir o mercado interno de trabalho.
Para isso, teriam de ter estradas, muito mais estradas para os carros
circularem substituindo as ferrovias nacionais que estavam em franca expansão.
Caberia ao governo inverter as prioridades, deixar de
investir nas Ferrovias e construir estradas. O acordo foi firmado e deve ter
custado muito aos cofres das fabricas americanas para comprar os nossos magníficos
deputados. Com essa proposta, aos poucos nossa rede ferroviária foi sendo sucateada.
Um país de dimensões continentais como o Brasil, teria
vocação para o transporte em larga escala, nosso desenvolvimento seria outro,
bem mais barato e com capacidade de atender as necessidades. Não seriamos reféns
do transporte rodoviário, caro e de manutenção mais constante onerando os
cofres públicos.
Não foi por mero acaso, que os governos do PT retomaram
expansão ferroviária e o Golpe de 2016, como primeira medida cortou as verbas
destinadas para esse investimento. O mesmo acordo foi feito para atingir outras
indústrias, a exemplo da nossa indústria naval que será extinta.
A Petrobrás é outro alvo a ser destruído imediatamente.
O acordo com as montadoras automobilísticas ainda
é de interesse a nossa elite gananciosa e ao mesmo tempo, tacanha, que mata a
galinha de ovos de ouro todos os dias.
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