DEPOIMENTO: É PURA TORTURA LEMBRAR DO GOLPE DE 64 (Parte I)
O Dia 31 de março ficou gravado na minha mente como uma paisagem de medo, covardia e insegurança total. Na época eu estava com 12 anos, mesmo assim, a sensação de situação absurda de violência já fazia parte da minha vida. Aqui em Salvador, ainda a movimentação de tropas nas ruas era pouca coisa, no entanto do dia ao amanhecer do dia da mentira, 01 de abril, começaram a cair as máscaras com as atrocidades que me levaram ao processo de indignação e de luta.
Mesmo sem ter clara a minha ideologia e por onde começaria a me preparar, prestava muita atenção na conversa de meu pai, que era um admirador do COMUNISMO SOVIETICO. Ele não era um militante do Partido Comunista ou de qualquer outro. No entanto, o meu tio, irmão de minha mãe era de um partido de centro esquerda. Era deputado e Gão Mestre da Maçonaria, sempre uma fomentadora de Golpes. Coisa que havia ficado muito clara durante (genocídio) a Guerra do Paraguai. No entanto, misturados no partido dele, havia o esquerdista JOÃO GULART e Antônio Balbino. Bem proximo, Brizola do centtro esquerda
Muito comum na época, embora os partidos fossem um pouco diferentes do que temos hoje. Não havia opção, não era fácil entender a proposta do PCB e por todos os lados a Direita Selvagem seguia os passos nada democráticos dos Estados Unidos, faziam dos Comunistas, comedores de criancinhas IMPIEDOSOS. Esta mentira não me enganava, não era algo racional. Parecia parte de cantigas para ninar que aí sim, assustavam criancinhas. Eu me assustei, mas não fugi da LUTA.
(A segunda parte, na proxima semana)